Clara e seus penduricalhos. Clara e seus balangandães. Clara e seu sorriso franco. Claridade em mim, a tua voz.
Tanto se cantou, tantas músicas se puseram de pé saudando Clara Nunes diante de sua saída em 02 de abril de 1983, sua saída precoce aos 41 anos. Não há nada que eu diga em forma de poesia, muito já foi dito de maneira tão bonita que minhas palavras receiam ser menos.
Ela continua aí, perpetuada em sua obra. Não haverá versão de “Canto das três raças” que chegue a seus pés, não haverá nem ousadia àquele canto emocionado.
Descubro Clara, antes tarde do que nunca, o LP empoeirado no fundo da estante, descubro suas pérolas, suas flores no cabelo, descubro a beleza de cada canção escolhida a dedo, suas imagens em preto e branco, suas imagens em colorido, sua ousadia em levar para o palco seus orixás e sua vestimenta, saia rodada tonteando todo o público.
Sabiá, conduz- me a sua voz ao voo mais intenso, a emoção mais indescritível. Abre uma clareira, abre-alas, abre em mim o seu sorriso, a alegria enorme dos seus olhos.
Essa é a tal guerreira, filha de Ogum com Iansã.
Rosemeri Sirnes
2 comentários:
Bela e merecida homenagem!
Abraço fra/terno.
Clara, tão cheia de luz como vc!
Bjs
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