terça-feira, 3 de novembro de 2009




THIS IS IT

Pois bem, ontem eu assisti ao filme-documentário This is it, registro do ensaio do que seria a última turnê de Michael Jackson. Confesso que me enchi de expectativa, minha porção cineasta fez toda uma montagem e edição própria, e puf! Diante da tela eu fiquei ali buscando algo com o que me emocionar, algo que fizesse valer a pena ter ido assistir na tela grande ao invés de esperar chegar na locadora da esquina.

Logo de início, I wanna be starting somenthin’ me fez pular na cadeira, como quem se ajeita por algum incômodo, e dizer “adoro essa música”, a partir daí fiquei com olhos brilhando de expectativa naquela escuridão, e não vinha nada além de alguns efeitos admiráveis e a voz de MJ cantando um trecho de Human Nature à capela que me fez crer que nem sempre é playback; seu inegável talento de dançarino também me fez admirar o vigor daquele menino-homem de 50 anos, [e lamentar mais uma vez a perda] (mantenho, mesmo correndo o risco de parecer ridícula). This is it. Nos minutos finais não via a hora de terminar e confesso, disfarcei meus bocejos.

Percebi que nem todos se enganaram com aquele papo de apenas duas semanas nos cinemas, notei várias cadeiras desocupadas na sala, talvez tenham encarado isso como puro oportunismo, o que não deixa de ser. No início de outubro, eu inocente, garanti o meu ingresso achando que seria impossível comprá-lo no dia, ledo engano.

Isso não vale um post, mas vale uma troca contigo. Aproveito esse papo entre a gente pra estender meu poema, costurar cada frase com linha de qualidade, daquelas que não se encerra com os dentes. Termino a colcha amanhã, separo hoje nossos retalhos. E amanhã será sempre estendido, para que deixemos sempre para amanhã.

Ontem na casa do meu irmão, eu exibi a música Une valse cantada por Edith Piaf para alguns amigos, enquanto a música preenchia toda a sala, eu estendia a batuta do maestro, fechava os olhos e me sentia como se sobrevoasse as nuvens com conhecimento de causa, e tentava levá-los comigo, mas eles fincavam os pés no chão, não se permitiam a liberdade da novidade, aquilo lhes batia como guitarra desafinada e eu não sabia explicar, só sabia sentir e subir mais alto.

Eu tenho tanta coisa pra dizer que o que se encerra nunca tem fim e eu vivo me repetindo, indo da cama pro banheiro, do banheiro pra cozinha, da sala pra..., do quarto pro..., pra me soltar por aí feito pipa colorida que ninguém corta.

É isso, tradução literal. É o fim e faltam palavras. This is it.

Rosemeri Sirnes








3 comentários:

Bruno Siqueira disse...

Caraca, nem vou ver então. Você falou, tá falado!

Natasha disse...

This is it, amiga! Concordo com sua análise e no fundo acredito que todo marketing que fizeram com esse "filme"(se assim podemos defini-lo)não passou de um mera estratégia.Aliás,é muito triste saber que mesmo depois da ida tão repentina de MJ, o mundo continuará gastando sua imagem e criando mitos sobre a pessoa Michael.Que ele descanse em paz e com o respeito dos deuses!
Bjs, amiga!

Fernando Rocha disse...

Este filme, sinceramente, nunca me enganou, já estou cheio do sistema que transforma qualquer desgraça em capital à ser explorado infinitamente pelo podre sistema no qual vivemos.
Bela prosa poética, que você construiu para encerrar o post.