sexta-feira, 26 de dezembro de 2008


Quem vai entender quando eu respiro fundo?
Quem vai entender quando as palavras estão todas presas na garganta?
Quem vai entender minhas pausas, meus delírios?
Quem vai entender o meu medo desta vez?
Quem vai entender a minha precaução?
Quem vai entender meus sinais?
Quem vai e não volta mais?
Quem me diz a medida exata?
Quem me alerta os perigos?
Quem desafia comigo um duelo?
Quem paga pra ver?
Quem arrisca a vida inteira?
Quem me tira pra dançar?
Quem estará lá quando eu voltar?
Quem sustenta o telhado da casa?
Quem se fará necessário?
Quem se fará dispensável?
Quem habita o lado oculto de nós?
Quem sopra em meus ouvidos tantas dúvidas?
Quem me faz questionar cada tom de voz e palavra?
Quem, na verdade, toma as rédeas?
Mas afinal, quem é que manda aqui?

3 comentários:

Ester disse...

Temos muitos 'quem' e muitos 'alguém' ao nosso redor,
contudo penso, que devemos contas a nós mesmos,
porque quando o outro falta,
só nos resta a nós.
O nosso outro lado está mesmo aí,
pagando prá ver..

bjs!

Anônimo disse...

nossa... q texto... pensei em tanta coisa enquanto lia... obrigada!

Fernando Rocha disse...

Rosimeire,gostei do seu texto, gosto muito deste recurso chamado anáfora (a repetição de uma palavra no mesmo local em todos os versos).
Quanto a possível significação, por meio da minha interpretação vejo a questão do inconciente freudiano,quando vocÊ gogita este outro eu dentro de um ser, acho isso interessantísimo.