sábado, 3 de janeiro de 2009


QUEM DISSE QUE SERIA FÁCIL?

Eu queria todas as respostas, roupas na corda e cama pronta, eu queria dizer sim. Eu queria mesa posta, duas xícaras e pão quentinho, eu queria ouvir você dizer sim.

Eu queria soluções para os problemas da fome, eu queria a paz mundial, você e alguns agregados.

Hoje um amigo disse que especialistas garantem que o tempo de reverter o aquecimento global passou, estimativa para derretimento de todas as calotas de gelo é 2030.

Eu queria que o tempo intermediasse e disssesse “então, o que é que vocês vão decidir?”

Meu amigo ficou ali, horas dissertando sobre causas, consequências e energia alternativa e eu queria que você decidisse ficar.

Muito me interrogo sobre pés no chão, cabeça no lugar e digo não seis seguidos de pausas de uma certeza de beirada.

Eu queria você num estalar de dedos e eu queria nada perfeito, queria copos no chão da sala, cotonetes sobre a pia do banheiro, roupas caídas do lado de fora do cesto e duas faces no espelho.

Eu queria sem véu e grinalda, eu queria muito mais a verdade do que suas convenções.

Eu queria nada, coisa alguma, eu queria que você se desfizesse algodão doce na boca. Eu queria do início ao fim.

Eu quero ainda, nesta ordem, eu quero sem dia de amanhã e quero outra vez no dia seguinte da mesma maneira.

Desconstruo a frase, o metódico das fases, e tudo é uma questão de fazer bem ou mal.

Quero acreditar em outras coisas, mas só acredito no que há em mim das muitas outras que por vezes assumo, outras ignoro.


Rosemeri Sirnes





2 comentários:

Unknown disse...

Minha flor, nem sempre as "respostas" são importantes. Já dizia Clarice: "O mais importante são as perguntas, quando tenho as respostas pra tudo, me canso".É mais ou menos isso..rssssss.
Amei mais um de seus "fragpensamentos".
Luz p/ ti!

Fernando Rocha disse...

Hum!, uma crônica confessional, boa idéia.
Gostei da abordagem da temática!