sábado, 2 de maio de 2009




A cada cena um nó na garganta


Saí para caminhar pela manhã, não para exercício matutino, o que não seria má ideia, afinal o corpo é feito para movimento. Aproveitei algumas providências e encurtei as distâncias, essas que eu sempre alongo por causa da preguiça. Fui a pé um pouco pela economia, afinal daqui à esquina ou ao centro da cidade o custo da passagem é o mesmo, e nesse caso eu é que preciso ter senso de justiça.
Aproveitei a leveza do sol sobre a pele, que desta vez estava como coração apaixonado em companhia, sem fúria, pelo menos neste dia.
Fui à locadora e lá estava na estante o filme que ensaiei para assistir no cinema e que saiu de cartaz antes que eu pudesse me decidir. O filme “O aborto dos outros” se encontrava na seção de drama. Eu o procuraria entre os documentários, por isso o encontrei por acaso e nem pestanejei, carreguei-o comigo.
É um tanto óbvio dizer que a realidade supera a ficção. O filme constitui-se em relatos comoventes de mulheres que já enfrentaram de forma legal ou ilegal o aborto; trata de sua descriminalização sem levantar bandeira. Não discute razões, apenas expõe os vários motivos que levam a uma mãe optar por esse tipo de procedimento; sem avaliar, apenas constatando, propondo uma pausa, uma discussão atenta e joga a pergunta no ar “será que vale a pena continuar tratando o aborto como um crime?”. A resposta fica nas mãos do espectador.
Alguns críticos resumem uma obra usando uma única palavra, eu não conseguiria resumir todas as nuances de sentimento em uma palavra e nem sei se bastaria dizer que diante de cada cena forma-se um novo nó na garganta, mas é o que de fato acontece.

5 comentários:

lula eurico disse...

Rosimeri, andei por aqui e me fiz teu seguidor. E hoje captei os teus sinais.
Menina, vc é fundamental nessa rede. Afinal, beleza é fundamental, dizia o poetinha.
Bem, creio que o Vinícius falava de todas as belezas, e vc, afortunadamente, pra nós, possui a interior e a exterior. rs

Não vou comentar o texto. Há pouco postei algo sobre a ex-comunhão de uma mãe pernanmbucana. Foi no dia 8 de março 2009. Lá está a minha opinião.

Te deixo um abraçamigo fraterno.

Fernando Rocha disse...

Obrigado pela dica! Vou procurar por este dvd, o tema me interessa, ainda não possuo uma opinião formada sobre este.

Ester disse...

Interessante, Rosi!

Lendo seu relato deu vontade de ver esse filme,

É difícil não ter uma opinião trantando de um assunto tão sério quanto este, ainda mais fazer um filme,

com certeza irei vê-lo.


bjs!

lula eurico disse...

Bom te ver/ler. Os sumiços da blogosfera geram saudades e cuidados. Bom ter vc por perto e em paz. Grato pelos generosíssimos elogios no meu blog. Reputo todos ao teu coração de carioca gente fina.
Abraçamigo.

lula eurico disse...

Fiz uma postagem com um carioca ilustre, em resposta ao teu comentário na postagem anterior. Alíás, são dois os cariocas por lá. Um fez a letra e a música que se ouve ao fundo.
Qdo tiveres tempo, chega lá...

Abraçamigo.