terça-feira, 16 de março de 2010



PARALELOS

Foto: Marcos Pereira Tavares

"Como é piegas o amor, adolescente, infantil, apesar de 30 anos, apesar de maus bocados, apesar da pouca sorte. Como leva tempo o amor para crescer dentro de nós ao mesmo tempo, é criança no balanço, primeiro eu depois você . Como a minha narrativa é cansativa, embora amadurecida é uma menina de 5 anos. Quando eu penso que tudo vai parar, ainda vai mais longe."


É preciso silêncio pra gente conversar. Muito além de uma mesa de bar e um diante do outro esperando mais dos olhos.

É preciso perdão pra passar por cima de tudo e negar certas partes vivas em mim.

É preciso amor para que eu volte a sentir.

É preciso muito mais do que só nós dois.

É preciso que você se despeça para que eu ainda o admire.

É preciso respeito, uma certa dose de carinho pra dizer a verdade.

É preciso ir e voltar.

É preciso confiar, confiar mesmo, de olhos fechados.

É preciso muito mais do que galanteios, é preciso abrir a porta para receber-me com toda a bagagem.

É preciso querer com vontade, como nunca antes, é preciso suor e sangue.

É preciso começar de novo, novo.

Meu bem, é preciso passos leves para o caminho que se quer cruzar.

É preciso dançar a minha música, pesada, alta, e é preciso querer ser feliz.

É preciso abandonar todos os pudores. É preciso morder sem medo de sentir o sabor.

Deixar que eu morda os lábios. É preciso confiar no meu bem.

É preciso ficar fora de órbita. É preciso beber vinho seco.

É preciso se embebedar para rir de si mesmo, para chorar sem medo.

É preciso viver nessa bagunça, nessa loucura e fazer disso um paraíso.


Rosemeri Sirnes

Um comentário:

Fernando Rocha disse...

Lembrei do "Poema da Necessidade" de Drummond